Em momentos como o atual, de pânico nos mercados globais, vem a tona um monte de ideias para tentar amortecer o impacto da crise global. Uma dessas ideias é vender reservas internacionais. Abaixo, para ilustrar, nós pegamos o estoque de reservas no final de 2019.
library(ggplot2) library(scales) library(grid) library(png) library(BETS) img <- readPNG('logo.png') g <- rasterGrob(img, interpolate=TRUE) reservas <- BETSget(3545) autoplot(window(reservas/1000, start=1995))+ scale_x_discrete(limits=1995:2019)+ theme(axis.text.x=element_text(angle=45, hjust=1))+ xlab('')+ylab('')+ geom_area(colour='#336666', fill='#336666')+ labs(title='Estoque de Reservas Internacionais (US$ bilhões)', caption='Fonte: analisemacro.com.br com dados do BCB.')+ theme(panel.background = element_rect(fill='#acc8d4', colour='#acc8d4'), plot.background = element_rect(fill='#8abbd0'), axis.line = element_line(colour='black', linetype = 'dashed'), axis.line.x.bottom = element_line(colour='black'), panel.grid.major = element_blank(), panel.grid.minor = element_blank(), plot.margin=margin(5,5,15,5))+ annotation_custom(g, xmin=1995, xmax=1999, ymin=200, ymax=350)
Ao final de 2019, o país tinha um saldo de US$ 356,8 bilhões em reservas internacionais. Isto é, dinheiro alocado em ativos denominados em dólar, notadamente títulos da dívida norte-americana.
Para que servem essas reservas?
Ter reservas em dólar é uma espécie de seguro em momentos turbulentos. Afinal, sem reservas, o país pode ser na situação limite de não ter moeda estrangeira para cumprir suas obrigações com o resto do mundo, levando a problemas sérios no balanço de pagamentos.
A questão, entretanto, é que o atual nível de reservas parece ser superior ao que os economistas chamam de "nível ótimo de reservas". Isto é, o nível que seria suficiente para sinalizar para o mercado que temos condições de lidar com um aumento global de aversão a risco. É um número difícil de ser calculado, mas estima-se no mercado que esteja entre US$ 250 e US$ 300 bilhões. Ou seja, nós estamos acima desse nível ótimo.
Isso dito, haveria espaço para reduzir reservas. E o que fazer com essa grana?
Bom, aqui entra um cheiro de macro. Quando o Banco Central se desfaz do ativo estrangeiro e consequentemente da moeda estrangeira, ele vai ter moeda doméstica à sua disposição. O que ele pode fazer é pegar esse dinheiro e comprar títulos da dívida pública brasileira que estão no mercado, reduzindo assim o estoque da mesma.
Trocando em miúdos, ele de um lado oferta dólar no mercado e do outro reduz o estoque de endividamento do país.
No atual momento de estresse nos mercados globais, com estrangeiros abandonando países emergentes parece ser uma boa ideia.
Na prática, o Banco Central já está fazendo isso. Só no ano passado, houve venda de US$ 37 bilhões das reservas internacionais. A operação teve como efeito esperado a redução da dívida pública. Sem muito alarde, mas em linha com a política econômica do atual governo, que é basicamente reduzir o endividamento do setor público.
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