
Como pode ser observado no gráfico acima, desde março de 2012, o grupo Alimentos e Bebidas vem apresentando variação acumulada em 12 meses acima do IPCA cheio. A partir de maio daquele ano inicia uma aceleração, dados os problemas climáticos nos Estados Unidos e também no Brasil, saindo de 6,33% e chegando a 14% em abril desse ano - sempre no acumulado em 12 meses. Na margem, o grupo apresentou recuo nos últimos dois meses, fechando junho com variação de apenas 0,04% frente o mês anterior. Espera-se, desse modo, que a safra recorde desse ano contribua para um impacto menor desse grupo no índice daqui para frente.
No segundo gráfico posto abaixo, é possível verificar a contribuição média mensal nos últimos 12 meses dos nove grupo que compõem o IPCA. Nele é possível destacar que o grupo Alimentos e Bebidas foi, sem dúvida, o grande contribuinte da variação do índice, explicando mais de 40%. Em 2013, quando o índice acumula 3,14% de variação, o grupo contribuiu com 1,43 pontos percentuais. O segundo posto de contribuição é rivalizado entre os grupos Saúde e cuidados pessoais e Despesas pessoais, ambos com 13%, um número bem menos do que Alimentos e Bebidas.
Em assim sendo, é possível que a expectativa para o IPCA de 2013, hoje em 5,75%, esteja subestimando esse efeito vindo do grupo Alimentos. Se ele for forte o suficiente, pode inclusive atenuar a desvalorização do câmbio, fazendo com que, de fato, a inflação desse ano seja um pouco menor do que aquela registrada em 2012, de 5,84%. A aguardar o resultado de julho, que sai na quarta-feira e deve vir baixo.
