Alimentos podem ajudar o IPCA de 2013 a fechar menor do que a expectativa do mercado

ipcaalimentos02O grupo Alimentos e Bebidas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pode ser o fiel da balança no comportamento dos preços nesse segundo semestre. A depender dos efeitos da safra recorde de 2013, o grupo que foi um dos responsáveis pelo choque de oferta assistido ao longo do ano passado, pode impactar menos no índice. Esse alívio vindo dos alimentos, ilustrado na divulgação do IGP-M de julho, pode atenuar o efeito esperado da desvalorização cambial. No IPCA-15 de julho, por exemplo, o grupo variou -0,18%, regredindo assim no acumulado ao longo do ano, de 6,49%, para 6,29% em julho.

Como pode ser observado no gráfico acima, desde março de 2012, o grupo Alimentos e Bebidas vem apresentando variação acumulada em 12 meses acima do IPCA cheio. A partir de maio daquele ano inicia uma aceleração, dados os problemas climáticos nos Estados Unidos e também no Brasil, saindo de 6,33% e chegando a 14% em abril desse ano - sempre no acumulado em 12 meses. Na margem, o grupo apresentou recuo nos últimos dois meses, fechando junho com variação de apenas 0,04% frente o mês anterior. Espera-se, desse modo, que a safra recorde desse ano contribua para um impacto menor desse grupo no índice daqui para frente.

No segundo gráfico posto abaixo, é possível verificar a contribuição média mensal nos últimos 12 meses dos nove grupo que compõem o IPCA. Nele é possível destacar que o grupo Alimentos e Bebidas foi, sem dúvida, o grande contribuinte da variação do índice, explicando mais de 40%. Em 2013, quando o índice acumula 3,14% de variação, o grupo contribuiu com 1,43 pontos percentuais. O segundo posto de contribuição é rivalizado entre os grupos Saúde e cuidados pessoais e Despesas pessoais, ambos com 13%, um número bem menos do que Alimentos e Bebidas.

ipcadesagregado

Em assim sendo, é possível que a expectativa para o IPCA de 2013, hoje em 5,75%, esteja subestimando esse efeito vindo do grupo Alimentos. Se ele for forte o suficiente, pode inclusive atenuar a desvalorização do câmbio, fazendo com que, de fato, a inflação desse ano seja um pouco menor do que aquela registrada em 2012, de 5,84%. A aguardar o resultado de julho, que sai na quarta-feira e deve vir baixo.

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