Um dia, quando o Sol se abrir
Verás que foi tudo ilusão.
Todo o sofrimento que passastes
Fora fruto de tua imaginação.
Perceberás, enfim, teu erro
Tuas virtudes desmedidas
Acabaram apagando teu caminho
E tu seguiu pela floresta negra.
Mas pense!
Imagine teus sonhos
Realize tuas ambições
Faça o caminho de volta.
Esforça-se, mas não consegue
Por quê? Pergunta agoniada!
Porque tu estás embriagada
Pela rotina consumista.
Santa alienação disfarçada
Que motiva o pulso do relógio
Movimenta os mercados
Alimenta o teu coração.
Uns, orgulhosos, pensam não a possuirem
Pobres alienados!
Religiosos e consumistas
Trabalhadores e marxistas
São todos uma irmandade.
Porque a vida não tem muito sentido
E aliena-se em busca de um
Que faça os ponteiros
Não correrem para a morte certeira...
E se ela não existisse?
Teria de ser criada
Pois a ordem que dela emana
Não pode ser reproduzida racionalmente...
Tu, atordoada, pergunta o porquê!
O sol que se abre lhe fornece a resposta
Mas tu não o alcança
Pois enquanto não souber tal resposta
Estarás sob as trevas da alienação...