Como criar um Agente de IA coletor de dados

A análise econômica no Brasil, um campo intrinsecamente dependente de dados precisos e atualizados, está à beira de uma transformação significativa impulsionada pela inteligência artificial. A capacidade de automatizar a coleta e o processamento de informações não apenas otimiza o fluxo de trabalho dos analistas, mas também abre portas para uma profundidade e abrangência de análise sem precedentes.

O que é um Agente de IA Coletor de Dados?

Um Agente de IA Coletor de Dados pode ser concebido como um assistente inteligente autônomo, meticulosamente projetado para buscar, organizar e, em certas situações, pré-processar informações. No âmbito da economia, este agente opera como um pesquisador incansável, capaz de acessar uma multiplicidade de fontes de dados e entregar as informações mais pertinentes diretamente ao analista. A grande vantagem desses agentes reside na sua habilidade de automatizar tarefas que, de outra forma, seriam complexas e consumiriam um tempo considerável, como a coleta, a análise e até mesmo a interpretação inicial de dados. Essa capacidade é exemplificada pela funcionalidade dos SmolAgents, que podem automatizar a coleta, análise e interpretação de dados. Para o profissional que busca uma abordagem "sem código", a beleza dessa tecnologia reside na sua operação por meio de instruções claras, sem a necessidade de escrever linhas de programação complexas, focando inteiramente na funcionalidade e nos resultados obtidos.

Por que automatizar a coleta de dados econômicos brasileiros?

A automação da coleta de dados econômicos oferece vantagens multifacetadas para economistas e analistas, permitindo um salto qualitativo na produtividade e na profundidade da análise.

A automação da coleta de dados libera o tempo valioso de economistas e analistas. Em vez de dedicar horas à busca e organização manual de informações, esses profissionais podem concentrar seus esforços na análise crítica, na interpretação estratégica e no desenvolvimento de modelos mais sofisticados. Para o público da Análise Macro, que, assim como a equipe do IBRE, valoriza um "profundo conhecimento dos fundamentos de teoria econômica" e busca "encontrar a verdade nos dados", essa mudança é fundamental. A automação, portanto, não é um objetivo em si, mas um meio para elevar o nível da análise econômica, permitindo que o economista se concentre em sua expertise principal, que é a análise e a teoria econômica, alinhando-se diretamente com o propósito de fornecer análises aprofundadas e baseadas em dados.

Agentes de IA podem ser configurados para acessar e coletar dados de fontes oficiais com uma frequência muito maior e mais consistente do que seria humanamente possível. Isso garante que as análises estejam sempre fundamentadas nas informações mais recentes e padronizadas, minimizando o risco de decisões baseadas em dados desatualizados ou inconsistentes. A pontualidade é crucial para análises macroeconômicas, e a capacidade de um agente de IA de operar 24 horas por dia, 7 dias por semana, verificando e coletando dados em tempo real ou em intervalos programados, assegura que o analista sempre tenha acesso à versão mais recente e consistente das séries temporais. Isso resolve o problema da obsolescência dos dados e da inconsistência manual, um benefício direto para a qualidade e relevância das análises.

Um agente de IA é capaz de coletar um volume e uma variedade de séries temporais e indicadores econômicos muito maiores do que seria viável para um indivíduo. Com o Sistema Gerenciador de Séries Temporais (SGS) do Banco Central do Brasil oferecendo mais de 18.000 séries, a automação permite ao analista explorar um universo de dados mais amplo. Isso facilita a identificação de correlações complexas e a descoberta de padrões que poderiam passar despercebidos em uma coleta manual limitada, resultando em análises mais abrangentes e informações mais ricas. A riqueza dos dados econômicos brasileiros é imensa, mas também esmagadora se acessada manualmente. Um agente de IA pode processar essa vasta quantidade de dados de forma eficiente, ampliando o escopo analítico. O economista não está mais limitado a um punhado de indicadores, mas pode explorar um espectro muito mais amplo de variáveis, o que pode levar à descoberta de novas relações e tendências, aprofundando a qualidade da análise.

O cenário dos dados econômicos no Brasil: desafios e oportunidades

O Brasil possui uma vasta quantidade de dados econômicos públicos, disponibilizados por instituições de renome como o Banco Central, o Ipeadata e o IBGE. No entanto, o acesso e a padronização manual desses dados podem ser complexos devido à diversidade de formatos e APIs. Essa complexidade, paradoxalmente, cria uma grande oportunidade para a automação por meio de agentes de IA, transformando um desafio em um diferencial competitivo para a análise econômica.

Para que um agente de IA possa coletar dados econômicos brasileiros de forma eficaz, ele precisa de acesso às principais fontes oficiais. Felizmente, existem "ferramentas" em Python que simplificam essa interação, tornando o processo acessível mesmo para quem não tem experiência em programação.

Banco Central do Brasil (BCB): Expectativas de Mercado e Séries Temporais (SGS)

O Banco Central do Brasil é uma das fontes mais importantes e confiáveis de dados macroeconômicos no país, fornecendo informações cruciais para a compreensão da conjuntura econômica. A API de Expectativas de Mercado, onde são publicadas as projeções do Boletim Focus, é vital para análises prospectivas. Um agente pode acessar diariamente as previsões de inflação, Selic e câmbio. Além disso, o Sistema Gerenciador de Séries Temporais (SGS) é um vasto repositório com mais de 18.000 séries de dados econômicos e financeiros.3 Desde o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) até dados de inadimplência, o SGS é um tesouro para economistas. A "ferramenta" que permite ao agente acessar esses dados de forma simplificada é a bibliotecapython-bcb. Ela atua como uma ponte, transformando as complexas APIs do BCB em comandos simples que o agente pode "entender". A classe Expectativas  e o módulosgs são as portas de entrada que o agente utilizará.

IPEADATA: Um vasto repositório de indicadores

O Ipeadata, mantido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é outra fonte riquíssima de dados macroeconômicos, sociais e regionais do Brasil. Ele oferece uma profundidade histórica e uma variedade de indicadores que complementam as informações do BCB. A "ferramenta" para interagir com o Ipeadata é a biblioteca ipeadatapy. Ela funciona como um "invólucro" da API oficial , simplificando a extração de dados. Com ipeadatapy, o agente pode listar todas as séries disponíveis, pesquisar por palavras-chave (como "renda real" ) e filtrar dados por períodos específicos (dia, mês ou ano), o que é essencial para a inteligência de busca do agente.

IBGE (SIDRA): Estatísticas detalhadas sobre a economia e sociedade

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o principal provedor de dados estatísticos oficiais do Brasil, abrangendo demografia, sociedade e economia. Para acessar as tabelas detalhadas do SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática), a "ferramenta" ideal é a biblioteca sidrapy. Com sidrapy.get_table, o agente pode extrair dados de tabelas específicas, como as que detalham o mercado de trabalho (mencionado em), o que é fundamental para análises setoriais e regionais. A biblioteca entrega os dados em um formato tabular organizado.

Como esses dados são disponibilizados para agentes de IA (o conceito de "ferramentas" de acesso)

As bibliotecas Python mencionadas (python-bcb, ipeadatapy, sidrapy) são mais do que simples códigos; elas são "invólucros" ou "ferramentas" poderosas. Elas abstraem a complexidade das APIs governamentais, que podem ser difíceis de usar diretamente, e as transformam em funções simples e intuitivas. Para o usuário que busca uma abordagem "sem código", isso significa que o agente não precisa "programar" para acessar o BCB, Ipeadata ou IBGE; ele simplesmente "usa a ferramenta" correspondente. Essa abstração é a base da promessa "sem código", pois o foco se desloca da sintaxe de programação para a capacidade funcional do agente de interagir com fontes de dados. O cerne da abordagem "sem código" é a simplificação de operações complexas. As APIs governamentais são intrincadas, e essas bibliotecas Python agem como tradutoras ou simplificadoras. Para o usuário final, essas bibliotecas se tornam ferramentas que o agente de IA pode manipular. O agente não "escreve código Python"; ele "chama a ferramenta" para obter os dados. Isso é fundamental para a promessa "sem código", pois o foco se desloca da sintaxe de programação para a capacitação do agente de interagir com fontes de dados.

Um dos pontos mais cruciais para a eficiência do agente é que todas essas "ferramentas" de coleta de dados (python-bcb, ipeadatapy, sidrapy) entregam as informações em um formato padronizado: o "DataFrame" do Pandas.10 Pense no DataFrame como uma tabela inteligente ou uma planilha organizada. Essa padronização é um benefício de segunda ordem que permite ao agente integrar dados de diferentes fontes sem esforço adicional de formatação, tornando a etapa de análise subsequente muito mais fluida e consistente. A integração de dados de múltiplas fontes é um desafio comum em análise econômica devido à diversidade de formatos. O fato de

python-bcb, ipeadatapy e sidrapy retornarem dados como Pandas DataFrames é um padrão técnico que se traduz em um benefício prático enorme para o usuário "sem código". Isso significa que, independentemente da origem (BCB, Ipeadata, IBGE), o agente entrega os dados em um formato uniforme e familiar (uma tabela), pronto para ser consumido por ferramentas de análise. Essa uniformidade simplifica drasticamente o fluxo de trabalho pós-coleta, tornando o agente mais eficiente e o processo de análise mais direto.

A Tabela 1 oferece um mapa conciso e prático das principais fontes de dados econômicos brasileiros e as "ferramentas" correspondentes que um agente de IA utilizaria. Ela reforça o conceito de "sem código" ao apresentar as bibliotecas Python como "ferramentas" funcionais e não como blocos de código, tornando a informação acessível e direta para o público-alvo. Serve como um guia rápido para o leitor identificar onde o agente buscaria os dados de seu interesse para uma análise específica.

Tabela 1: Principais Fontes de Dados Econômicos Brasileiros e Suas "Ferramentas" para Agentes de IA

Fonte de Dados Oficial Tipo de Dados Principais "Ferramenta" para Agente (Biblioteca Python) Exemplos de Indicadores
Banco Central do Brasil (BCB) Séries Temporais (SGS), Expectativas de Mercado (Focus) python-bcb IPCA, Selic, Câmbio, Projeções de Inflação
Ipeadata (IPEA) Indicadores Macroeconômicos, Sociais, Regionais ipeadatapy PIB, Renda, Investimento, Comércio Exterior
IBGE (SIDRA) Estatísticas Demográficas, Sociais, Econômicas (tabelas) sidrapy Taxa de Desemprego, Produção Industrial, Censos

Entendendo a "mmente" do Aaente: Fluxo de trabalho e tomada de decisão

A "mente" do agente de IA é construída sobre frameworks de orquestração, como o LangGraph. Em vez de uma sequência linear de comandos, o LangGraph permite o desenho da arquitetura cognitiva do agente como um fluxograma. Nesse fluxograma, são definidos "nós", que representam unidades de trabalho (como "coletar dados do BCB" ou "processar dados do IBGE"), e "arestas", que são as transições ou decisões que o agente toma entre esses nós. Por exemplo, uma aresta pode indicar "se os dados do BCB forem coletados com sucesso, então passe para a etapa de processamento; caso contrário, tente novamente ou notifique um erro".

Embora LangGraph utilize conceitos técnicos como "nós" e "arestas", para o usuário "sem código", isso se traduz em um fluxo de trabalho altamente intuitivo e previsível. É como montar um conjunto de blocos de Lego: cada bloco (nó) tem uma função específica, e eles são conectados (arestas) para criar o comportamento desejado do agente. Essa abordagem visual e lógica permite que o usuário compreenda e até mesmo "desenhe" a inteligência do agente sem escrever uma única linha de código, concentrando-se na lógica de negócios e não na sintaxe. O desafio de construir um agente de IA para um público "sem código" é como comunicar sua lógica interna. LangGraph é explicitamente projetado para "gerenciar o fluxo de controle" e construir "Agentes de IA robustos e previsíveis". A descrição de "nós" como "unidades de trabalho" e "arestas" como "transições" oferece uma metáfora visual de um fluxograma. Essa estrutura interna, embora técnica, permite que o usuário final compreenda e preveja o comportamento do agente. Isso é crucial para a confiança e a usabilidade, pois o usuário pode "ver" a lógica do agente e, portanto, confiar em suas ações, mesmo sem acesso ao código subjacente.

Etapas de construção do agente

A criação de um agente de coleta de dados segue um fluxo lógico e intuitivo.

O primeiro passo é sempre claro: definir o objetivo do agente. Isso pode ser tão simples quanto "coletar o IPCA mensal" ou tão complexo quanto "monitorar as expectativas de inflação e alertar sobre mudanças significativas". O objetivo é a bússola que guiará todo o design do agente.

Com o objetivo em mente, o agente "saberá" qual "ferramenta" (biblioteca Python) é a mais adequada para a tarefa. Por exemplo, para dados do Boletim Focus, ele ativará a "ferramenta" python-bcb. Para dados de desemprego do IBGE, a "ferramenta" sidrapy. Essas ferramentas são como aplicativos especializados que o agente pode chamar e que já vêm com a capacidade de interagir com as fontes de dados oficiais.

Utilizando sua "mente" (LangGraph ou SmolAgents), o agente seguirá uma sequência lógica para orquestrar o fluxo de coleta:

  1. Receber a Instrução: O agente recebe a "pergunta" ou "solicitação" em linguagem natural.1
  2. Planejar: Ele interpreta a solicitação e decide qual "ferramenta" usar e quais parâmetros aplicar (por exemplo, "últimos 12 meses" para o IPCA, como em 4).
  3. Coletar: O agente ativa a "ferramenta" apropriada, que se conecta à fonte de dados e extrai as informações.
  4. Processar: Os dados brutos são então organizados em um formato tabular padronizado (o "DataFrame").
  5. Apresentar: Finalmente, o agente entrega os dados prontos para a análise.

Exemplos práticos de dados que seu agente pode coletar

O agente pode ser treinado para coletar uma vasta gama de indicadores econômicos brasileiros. A tabela a seguir ilustra alguns exemplos comuns e as "ferramentas" que o agente utilizaria.

A Tabela 2 é de grande valor prático, pois torna o conceito de "agente coletor" tangível, mostrando exemplos concretos de dados que um economista precisaria e como o agente os obteria. Ela conecta a necessidade do usuário (indicadores específicos) com a solução tecnológica (agente e suas "ferramentas"), reforçando a aplicabilidade prática e a relevância para o dia a dia do analista econômico.

Tabela 2: Exemplos de Indicadores Coletáveis por um Agente de IA

Indicador Econômico Fonte Principal "Ferramenta" Recomendada Frequência Típica
IPCA (Inflação) BCB python-bcb (SGS) Mensal
PIB (Produto Interno Bruto) Ipeadata, IBGE ipeadatapy, sidrapy Trimestral, Anual
Taxa Selic BCB python-bcb (SGS) Diária
Expectativas de Inflação (Focus) BCB python-bcb (Expectativas) Semanal, Mensal
Taxa de Desemprego IBGE sidrapy Mensal, Trimestral
Balança Comercial Ipeadata ipeadatapy Mensal

Colocando o Agente para trabalhar: Implementação e operação simplificada

Apesar da operação "sem código", a ativação de um agente de IA coletor de dados requer uma configuração inicial do ambiente, que pode ser comparada à preparação da "estação de trabalho" do agente.

Configurando o ambiente: O que você precisa para começar

Para iniciar, é necessário ter um ambiente Python instalado no computador. O foco não está nos detalhes da programação Python em si, mas na instalação das "ferramentas" que o agente utilizará. As "ferramentas" (bibliotecas como python-bcb, ipeadatapy, sidrapy) precisam ser "instaladas" uma única vez. O comando para isso é simples: pip install nome-da-ferramenta.6 Isso é análogo a instalar um novo aplicativo em um smartphone ou um software em um computador.

O conceito de "sem código" para o usuário final não significa "zero configuração" ou "zero esforço inicial". Significa que a complexidade da programação é encapsulada. O usuário precisa compreender o passo conceitual de "instalar as ferramentas" para que o agente possa utilizá-las, mas não precisa saber como essas ferramentas foram construídas internamente. Isso gerencia a expectativa do usuário e demonstra que, embora não haja codificação, há um passo de preparação do ambiente que é simples e direto, uma espécie de "curva de aprendizado abstrata" sobre como o sistema funciona nos bastidores. O termo "sem código" pode criar a falsa expectativa de que não há absolutamente nenhum passo técnico. É crucial esclarecer que uma configuração inicial, embora simplificada, é necessária. A menção de pip install é um detalhe técnico que pode ser traduzido para o usuário como "adicionar uma nova capacidade" ou "instalar uma ferramenta" para o agente. Este passo, embora não seja "codificação", é um requisito fundamental para que o agente funcione. Ao explicar isso, o processo de criação de um agente se torna mais transparente e acessível, mantendo a credibilidade e a praticidade.

Como "instruir" seu agente: Usando linguagem natural e parâmetros

A grande vantagem dos agentes de IA é a capacidade de interação por meio de "consultas em linguagem natural". Não será necessário escrever código. Em vez disso, é possível "conversar" com o agente, fazendo perguntas como: "Qual foi o IPCA dos últimos 12 meses?" ou "Quero o histórico do PIB trimestral desde 2010". O agente é inteligente o suficiente para interpretar a intenção e traduzir a pergunta em comandos específicos para as "ferramentas" de coleta de dados.

Além da linguagem natural, podem ser fornecidos "parâmetros" simples, que são como opções em um formulário. Por exemplo, ao pedir dados do IPCA, é possível especificar o período com "últimos 12 meses" ou uma data de início específica (comostart='2002-02-01' para sgs.get em ). Para o Ipeadata, é possível filtrar por ano, mês ou dia.9 Essas opções são passadas de forma intuitiva, sem a necessidade de sintaxe de programação complexa.

A capacidade do agente de processar linguagem natural e parâmetros simples é a ponte direta para a experiência "sem código". Essa interface intuitiva significa que o usuário se comunica com o agente de forma conversacional, e o agente, por sua vez, se encarrega de traduzir essa comunicação para as chamadas de "ferramentas" subjacentes. Isso democratiza o acesso a dados complexos, permitindo que economistas e analistas se concentrem no que querem obter, em vez de como programar para obtê-lo. A usabilidade é um fator crítico para a adoção de qualquer ferramenta, especialmente para um público "sem código". A capacidade de interagir com o agente através de "consultas em linguagem natural" é o principal diferencial. A menção de parâmetros como

start, end, last para as bibliotecas mostra que o agente pode receber instruções detalhadas de forma simples, como preencher campos em um formulário. Essa interface conversacional e baseada em parâmetros simples é o que realmente concretiza a promessa "sem código", permitindo que o usuário defina o objetivo e deixe o agente, com suas "ferramentas", descobrir o caminho.

Visualizando e utilizando os dados coletados

Uma vez que o agente tenha coletado os dados, ele os apresentará em um formato tabular e organizado, o já mencionado "DataFrame". O DataFrame pode ser pensado como uma "planilha inteligente" que já vem com os dados limpos e estruturados. Essa "planilha" pode ser facilmente exportada para formatos como Excel ou CSV, permitindo sua utilização em ferramentas de Business Intelligence (BI) favoritas, softwares estatísticos ou planilhas eletrônicas. Além disso, o agente pode ser instruído a gerar gráficos simples automaticamente, proporcionando uma visualização rápida dos dados sem a necessidade de ferramentas adicionais. As capacidades do Pandas para formatar e exibir DataFrames garantem que a saída seja sempre clara e legível.

Lidando com desafios: O que fazer se o agente "tropeçar"

Agentes de IA bem construídos são projetados para serem robustos e lidar com imprevistos. Isso significa que, se uma fonte de dados estiver temporariamente indisponível (por exemplo, um servidor fora do ar, resultando em erros HTTP 4xx ou 5xx) ou se a solicitação for mal interpretada pelo agente, ele pode ser configurado para "tentar novamente" (mecanismos de retry), "cair de volta" para uma fonte alternativa (fallbacks) ou, no mínimo, fornecer uma mensagem clara e inteligível sobre o problema. Essa capacidade de recuperação e comunicação de erros é vital para a confiabilidade do agente e para a confiança do usuário "sem código", que não terá acesso direto ao código para depuração. Em qualquer sistema automatizado, erros são inevitáveis. Para um usuário "sem código", a depuração de erros técnicos é impossível. Portanto, o agente precisa ser inerentemente robusto. As informações sobre tratamento de erros em APIs e em agentes LLM são cruciais. A inteligência do agente não se limita à coleta, mas se estende à gestão de falhas. Um agente que sabe "o que fazer quando as coisas dão errado", seja retentando, usando um fallback, ou fornecendo uma mensagem clara, aumenta significativamente a confiança do usuário. Para o leitor, a confiabilidade dos dados é primordial, e um sistema que minimiza interrupções e comunica problemas de forma transparente é muito mais valioso.

O futuro da análise econômica com Agentes de IA

A implementação de agentes de IA na coleta de dados econômicos é um passo fundamental para otimizar o trabalho dos analistas, mas suas capacidades se estendem muito além da simples extração de informações.

Expandindo as capacidades do seu agente: Da coleta à análise e interpretação

A coleta de dados é apenas o começo. Agentes de IA podem ser expandidos para ir além, realizando análises básicas como o cálculo de médias móveis, variações percentuais (como o IPCA acumulado em 12 meses em) e até mesmo identificando tendências e anomalias nos dados. Com a integração de Modelos de Linguagem Grandes (LLMs), o agente pode gerar resumos interpretativos e informações em linguagem natural, transformando dados brutos em narrativas econômicas compreensíveis. A capacidade de automatizar a "análise e interpretação de dados" e gerar "respostas analíticas a partir de perguntas em linguagem natural" é um avanço significativo que permite ao analista focar em decisões estratégicas.

Integração com outras ferramentas de análise e visualização

Os DataFrames padronizados gerados pelo agente são universalmente compatíveis. Isso significa que podem ser importados facilmente para ferramentas de Business Intelligence (BI) como Power BI ou Tableau, softwares estatísticos como o R, ou simplesmente para planilhas eletrônicas. Essa interoperabilidade facilita a criação de dashboards interativos, relatórios dinâmicos e a integração dos dados coletados em fluxos de trabalho analíticos existentes, maximizando o valor das informações.

Conclusão

A tecnologia de agentes de IA está democratizando o acesso e a manipulação de dados econômicos complexos, tornando-a acessível mesmo para aqueles sem experiência em programação. Encoraja-se a exploração das possibilidades, começando com um objetivo claro para o agente e utilizando as "ferramentas" e frameworks conceituais apresentados.

É importante lembrar que o agente de IA é um parceiro estratégico, uma extensão das capacidades analíticas, e não um substituto. Ele amplifica a eficiência, permitindo que o analista se concentre no que realmente importa: a inteligência e a interpretação econômica que só um especialista humano pode oferecer.

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