Visualizando e analisando dados de espécies

No Dicas de R dessa semana, iremos analisar alguns dados sobre espécies, utilizando a base de dados AnAge, disponibilizada no pacote (não disponível no CRAN) hagr. Para instalar ele, devemos rodar o código:


devtools::install_github("datawookie/hagr")

Após isso, basta carregar o pacote e teremos acesso aos dados.

library(hagr)
library(tidyverse)
library(ggplot2)
library(wordcloud2)

dados <- age

levels(factor(dados$data_quality))

dados_limpos <- dados %>% filter((data_quality == "high" | data_quality == "acceptable") &
kingdom == "Animalia" &
(sample_size == "large" | sample_size == "medium"),
phylum == "Chordata")

Devemos notar que o pessoal aqui da Análise Macro não é especializado em biologia, e as ferramentas utilizadas aqui no Dicas têm intuito de serem apresentadas apenas como modos de utilizar a programação em R, logo se houverem erros específicos ao tema, comentários são bem-vindos. Os dados contêm os nomes de cada espécie, e, como no post de semana passada, pode ser interessante verificar os animais com maior quantidade de espécies. Iremos fazer isso através de um wordcloud:



nomes <- dados_limpos %>% select(common_name) %>%
mutate(principal = word(common_name, -1))

wordcloud2(table(unlist(nomes$principal)))

Como podemos ver, alguns dos animais com mais espécies são sapos, lagartos, morcegos e ratos. Outra relação que podemos verificar é entre a massa dos animais e sua taxa de metabolismo:


met <- dados_limpos %>% filter(metabolic_rate_watt>0)

ggplot(data = met, aes(x=body_mass_g, y = metabolic_rate_watt, color = class)) +
geom_point()+scale_x_continuous(trans = 'log10') +
scale_y_continuous(trans = 'log10')+
labs(title = "Comparação entre massa corporal e taxa de metabolismo",
x="Massa", y="Taxa de metabolismo")+
theme_minimal()+
theme(legend.title = element_blank())

Como podemos ver, a relação é crescente para todos os grupos que possuem dados. É interessante notar que animais de sangue quente, como mamíferos e aves, parecem ter - na média- taxas de metabolismo maiores do que animais de sangue frio, como répteis e anfíbios. Vamos então testar estatisticamente essa relação, analisando as populações de mamíferos e répteis - supomos aqui que espécies são amostras independentes, o que pode não ser verdade dependendo de quão próximos são os animais identificados, ferindo o TCL e inviabilizando o teste t de Student. Ademais, os dados para mamíferos não aparentam seguir distribuição normal, como podemos ver a seguir:


par(mfrow=c(1,2))
qqnorm(log10(filter(met, class=='Mammalia')$metabolic_rate_watt)); qqline(log10(filter(met, class=='Mammalia')$metabolic_rate_watt))
qqnorm(log10(filter(met, class=='Reptilia')$metabolic_rate_watt)); qqline(log10(filter(met, class=='Reptilia')$metabolic_rate_watt))

shapiro.test(log10(filter(met, class=='Mammalia')$metabolic_rate_watt))
shapiro.test(log10(filter(met, class=='Reptilia')$metabolic_rate_watt))

A distribuição de taxa de metabolismo de mamíferos (à esquerda) apresenta caudas pesadas em comparação à normal.

Além dos gráficos Q-Q, a estatística de Wilk-Shapiro para a amostra tem p-valor 0.04, indicando rejeição da hipótese nula de normalidade. Tanto o gráfico Q-Q como a estatística para répteis (p-valor de 0.99) indicam normalidade dessa amostra, logo o problema só ocorre com mamíferos. Com isso, como a amostra para mamíferos é grande (n=167), iremos aplicar o teste t, dado que a média das observações será razoavelmente normal. Ademais, para contornar a possibilidade do tamanho da amostra não ser grande o bastante - e também o problema de independência dentro de cada amostra já observado -, também iremos aplicar o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney, que é não-paramétrico e não faz hipóteses sobre as distribuições das amostras. Os códigos para os testes são:


t.test(log10(filter(met, class=='Mammalia')$metabolic_rate_watt), log10(filter(met, class=='Reptilia')$metabolic_rate_watt),
alternative = 'two.sided')

wilcox.test(log10(filter(met, class=='Mammalia')$metabolic_rate_watt), log10(filter(met, class=='Reptilia')$metabolic_rate_watt))

O resultado dos testes é de p-valor menor que 0.01 para ambos, evidenciando assim que a média entre as duas populações é estatisticamente diferente.


Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Análise de impacto fiscal sobre o dolár com Python

Usamos uma cesta de 12 moedas para construir um cenário contrafactual da taxa de câmbio após o último anúncio de pacote fiscal, com base em modelagem Bayesiana. No período, o dolár depreciou quase 5% e passou os R$ 6,15, enquanto que na ausência da intervenção a moeda deveria estar cotada em R$ 5,78.

Resultado IBC-br - Outubro/2024

A Análise Macro apresenta os resultados da IBC-br de Outubro de 2024, com gráficos elaborados em Python para coleta, tratamento e visualização de dados. Todo o conteúdo, disponível exclusivamente no Clube AM, foi desenvolvido com base nos métodos ensinados nos cursos da Análise Macro, permitindo aos assinantes acesso aos códigos e replicação das análises.

Resultado PMC - Outubro/2024

A Análise Macro apresenta os resultados da PMC de Outubro de 2024, com gráficos elaborados em Python para coleta, tratamento e visualização de dados. Todo o conteúdo, disponível exclusivamente no Clube AM, foi desenvolvido com base nos métodos ensinados nos cursos da Análise Macro, permitindo aos assinantes acesso aos códigos e replicação das análises.

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.