O neoliberalismo sempre foi no Brasil um palavrão. Algo sempre associado de modo pejorativo. Poucos economistas veem uma de suas principais facetas, a abertura externa (ou globalização, para usar o jargão), como algo positivo. Eu, por suposto, sempre achei que ela traz externalidades positivas para o país. Sempre achei que a economia brasileira precisava de fato de um "puxão de orelhas", por assim dizer, no final da década de 80. Afinal, após mais de meia-década de protecionismo, era hora de enfrentar a concorrência com produtos importados. Hoje, após mais de 20 anos da segunda abertura dos portos iniciada no finalzinho do governo Sarney e aprofundada no governo Collor, não há dúvidas de que temos uma indústria muito mais eficiente.
E as coisas boas param por ai. Quando se toca no tema indústria, há mais críticas do que propriamente elogios. Todo industrial que se preze reclama da taxa de câmbio, dos juros altos, da carga tributária, do sistema jurídico ineficiente e do péssimo sistema público de educação. Especificamente sobre o ambiente externo, reclamam que não querem protecionismo, mas apenas uma "taxa de câmbio competitiva". Estão certos? Não faço aqui julgamentos. Minha questão hoje é apresentar uma nota um pouco mais longa que escrevi no final do ano passado. A idéia era desenvolver a "visão pessimista" da abertura externa, uma das principais características da implementação do neoliberalismo nos países da América Latina.
Nesse contexto, avalia-se até que ponto podemos dizer que a abertura externa provoca problemas estruturais na economia brasileira. Busquei fugir das interpretações toscas e viesadas do que seja neoliberalismo e questionei criticamente alguns postulados clássicos dessa estratégia de desenvolvimento. Para ler a nota clique aqui.