Google Trends e previsão do desemprego no Brasil

A pandemia do coronavírus impôs diversos desafios para a humanidade, nos mais diferentes campos. Em termos de previsão de variáveis macroeconômicas, não é diferente. O ajuste dos modelos tem sido um desafio para economistas e analistas de mercado, que possuem a árdua e ingrata tarefa de antecipar eventos futuros. Pensando nisso, nesse Comentário de Conjuntura buscamos implementar um modelo de previsão para a taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua que utiliza termos de busca do Google Trends.

A base de dados do Google Trends é hoje em dia bastante conhecida por especialistas que se dedicam à tarefa de forecasting, tendo um amplo conjunto de artigos e papers que fazem uso da mesma para esse fim. D´Amuri e Marcucci, 2017, por exemplo, fazem uso dessa base para construir um modelo de previsão para o desemprego nos Estados Unidos. Os resultados encontrados sugerem que essa base de dados é um bom preditor para a taxa de desemprego norte-americana.

Tendo o mesmo objetivo que os autores, nós revisamos um modelo de cointegração para o desemprego que inclui os termos de busca empregos seguro desemprego, que são ilustrados acima. A inclusão do termo seguro desemprego procura "tratar" o efeito pandemia, que causou um forte choque sobre a taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua, como pode ser visto abaixo.

Além dos termos de busca do GT, também adicionamos mais algumas co-variáveis ao modelo, listadas a seguir.

O modelo é implementado, então, no R, com o auxílio da biblioteca vars e uso da metodologia de Johansen. A seguir, um gráfico que apresenta a previsão fora da amostra considerada.

Os códigos que implementam o exercício estão disponíveis para os membros do Clube AM.

 

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Frameworks para criar AI Agents

Neste post, vamos dar o primeiro passo rumo à construção de Agentes de IA mais sofisticados, capazes de tomar decisões, interagir com ferramentas externas e lidar com tarefas complexas. Para isso, precisamos entender o papel dos frameworks agenticos (ou agentic frameworks) e como eles podem facilitar esse processo. Aqui introduzimos dois frameworks populares de desenvolvimento de Agentes de IA.

Construindo RAG para Análise do COPOM com SmolAgents

Este exercício demonstra, passo a passo, como aplicar o conceito de Retrieval-Augmented Generation (RAG) com agentes inteligentes na análise de documentos econômicos. Utilizando a biblioteca SmolAgents, desenvolvemos um agente capaz de interpretar e responder a perguntas sobre as atas do COPOM com base em buscas semânticas.

Como criar um Agente de IA?

Unindo conhecimentos sobre Tools, LLMs e Vector Stores, agora é hora de integrar diferentes conceitos e aprender a construir um Agente de IA completo. Neste post, nosso objetivo será criar um Agente capaz de responder perguntas sobre o cenário macroeconômico brasileiro, utilizando dados de expectativas de mercado do Boletim Focus do Banco Central do Brasil (BCB) e o framework LangChain no Python.

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.