
O que se percebe é que a média da inflação auferida pelo IPCA cai de janeiro a junho (ainda que não monotonicamente), acelerando-se ao longo do segundo semestre. Isso, claro, tem relação com o comportamento da economia ao longo do ano. As empresas costumam acelerar a produção no segundo semestre, visando dar conta das vendas do final do ano - que é o período onde a massa salarial tem um pico, como pode ser visto no gráfico 2 abaixo.
Esse comportamento cíclico da economia nos mostra que, dado que estamos em junho e a inflação em 12 meses encontra-se em 6,5%, com o último dado divulgado em maio, o que devemos esperar, leitor? Pois é, a história do índice nos diz que devemos esperar uma aceleração da inflação ao longo do ano. É justamente por isso que a expectativa média da inflação, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, foi de 5,81% em maio. E isso, mesmo a despeito do Copom ter iniciado um processo de ajuste das condições monetárias.
Não à toa, não se vê no horizonte de curto prazo, qualquer expectativa de que a inflação convirja para o centro da meta: que é de 4,5%. Aliás, a título de curiosidade, eu peguei a previsão do mercado em maio para 2013 a 2017. A tabela abaixo mostra a média das consultas para o IPCA:
Ou seja, no máximo, o que o mercado acredita é que em 2017 a inflação medida pelo IPCA estará em 5,15%. O que estaria em 0,65 pontos percentuais distante do centro da meta do Conselho Monetário Nacional. E o Banco Central, o que acha?
O Banco Central também não está muito otimista, leitor - talvez isso mude no Relatório de Inflação a ser divulgado nesse mês, dada a elevação da Selic. E você, o que acha?

