
A continuar o comportamento da procura por emprego como nos últimos meses, a despeito de um crescimento na geração de empregos tímido, a taxa de desemprego encerrará 2014 no intervalo entre 4,7% e 5,1%, com projeção centrada em 4,9%. Significa dizer que o desemprego se reduzirá em relação a 2013, quando foi, em média, de 5,4%. É ao menos o que diz o SARIMA que eu voltei a estimar hoje de manhã, com a atualização dos dados de maio, junho, julho e agosto da PME. No início de 2015, dada a sazonalidade intrínseca da série, o desemprego volta a aumentar, como mostra a projeção contida no gráfico acima.
Para o leitor atento não há muito o que comemorar, certo? Ora, o que eu disse foi que o desemprego irá se reduzir em 2014 - frente 2013 - a despeito do baixo crescimento na geração de vagas. Em outros termos, isso só pode estar acontecendo se a procura por emprego encontra-se limitada. Pois é. Abaixo eu coloco três gráficos com o comportamento da procura por emprego (medida pelo crescimento da população economicamente ativa) e da geração de vagas (medida pelo crescimento da população ocupada). O crescimento da PEA tem sido menor do que da ocupação, o que vai garantir uma taxa de desemprego menor esse ano. Em termos interanuais, a PEA cresce negativamente há 11 meses, com média de -0,8%!
A baixa taxa de desemprego me parece ter o mesmo efeito do biquini: esconde o essencial. Nesse caso, a dinâmica do mercado de trabalho... 🙁



