A Produção Industrial Mensal - Produção Física, divulgada hoje pelo IBGE, mostrou que 63% dos ramos de atividade analisados pela pesquisa mostraram resultado positivo na passagem de março para abril. É uma evolução frente a março e fevereiro, que mostraram difusão de 56% e 44%, respectivamente. O valor está acima da média histórica, que é de 48%. No gráfico abaixo é possível verificar o comportamento desse índice desde junho de 2010. O número de abril está entre os quatro maiores nesse período. Em outros termos, é possível esperar uma retomada ao longo do ano?
Mesmo com o resultados positivo na margem - a produção industrial cresceu 1,8% em relação a março -, ainda não foi o suficiente para impactar o resultado acumulado em 12 meses. Esse amarga 15 meses de resultados negativos, o que ilustra em certo sentido os problemas de competitividade pelo qual a produção industrial vem passando nos últimos anos. No acumulado em 2013 - frente o mesmo período de 2012 - o resultado ainda é tímido: 1,6%. Seguindo a tendência mostrada pelo PIB divulgado na semana passada, entre as categorias de uso, os Bens de Capital foram o que mostraram maior avanço na comparação com março, feito o ajuste sazonal: 3,2%. Mas, como salientei aqui, é preciso relativizar esse valor, dado que é possível que seja apenas um avanço de compensação, dado o desgaste das máquinas e equipamentos e alguma tentativa de ganhar produtividade, dados os gargalos no mercado de trabalho.
Em outros termos, ainda é cedo para dizer se esse dado positivo na margem veio para ficar e ter impacto sobre o índice anual. Em um cenário de problemas de competitividade, possível inflexão no desemprego e freio no consumo das famílias - dado o elevado endividamento - o mais provável é que o resultado de 2013 esteja mais para um resultado tímido do que retumbante recuperação.