Pós-Copom: bom-senso venceu.

expinfOntem, o Comitê de Política Monetária decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 50 pontos-base, de 10% para 10,5%. Na minha leitura pesou na decisão dos membros do comitê o IPCA divulgado na última semana, mostrando uma inflação bastante disseminada pelos 365 bens e serviços que compõem o índice, com a difusão beirando os 70%. A despeito dos problemas de comunicação da autoridade monetária, notadamente ao explicitar as defasagens envolvidas no processo e a indecisão sobre o cenário fiscal, observo que a Selic deve ir mesmo a 11% na próxima reunião, como havia projetado na Carta de Dezembro e no cenário normativo da Carta de Janeiro. O Banco Central, com essa decisão, mostrou que não abandonou, ainda, a ancoragem das expectativas - que só cederão quando a inflação efetiva mostrar algum alívio, como pode ser visto no gráfico ao lado. As pressões remanescentes sobre o índice, como a desvalorização do câmbio e o contínuo crescimento da massa salarial, são desafios para o movimento contracionista. A minha leitura, nesse ponto, é que o Banco faça mais um ajuste de 50 pontos-base em fevereiro e suste o processo, verificando a transmissão sobre os principais canais (expectativas, notadamente). A aguardar a ata na próxima semana para confirmar essa leitura. O bom-senso, leitor, venceu: ao  menos, por enquanto.

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Como se comportou o endividamento e a inadimplência nos últimos anos? Uma análise utilizando a linguagem R

Neste exercício realizamos uma análise sobre a inadimplência dos brasileiros no período recente, utilizando a linguagem R para examinar dados públicos do Banco Central e do IBGE. Investigamos a evolução do endividamento, da inadimplência e das concessões de crédito, contextualizando-os com as dinâmicas da política monetária (Taxa Selic) e do mercado de trabalho (renda e desemprego).

Qual o hiato do produto no Brasil?

Entender o hiato do produto é fundamental para avaliar o ritmo da economia e as pressões inflacionárias no Brasil. Neste artigo, mostramos como estimar essa variável não observável a partir dos dados do PIB, explorando diferentes metodologias — de regressões simples a modelos estruturais — e discutindo as limitações e incertezas que cercam cada abordagem.

Determinantes do Preço do Ouro: VAR + Linguagem R

Este artigo realiza uma análise econométrica para investigar os determinantes dinâmicos do preço do ouro. Utilizando um modelo Vetorial Autorregressivo (VAR) em R, examinamos o impacto de variáveis como o dólar (DXY), a curva de juros e a incerteza global. Os resultados mostram que um fortalecimento inesperado do dólar tem um efeito negativo e significativo no curto prazo sobre os retornos do ouro, embora a maior parte de sua variância seja explicada por fatores intrínsecos ao seu próprio mercado.

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.