...Margens de preferência. O termo pode parecer complicado, de início, mas é bastante simples. O Estado compra todos os meses um monte de produtos, desde remédios para o ministério da saúde até mesas e cadeiras para nossas escolas. Nessas compras governamentais, desde 2010, aplicam-se as tais margens de preferência, isto é, um produto considerado nacional, produzido no país, pode custar até 25% mais do que seu concorrente estrangeiro que ainda assim pode ser escolhido pela licitação pública. Isso mesmo, o Estado, por meio da lei 12.349, sancionou a ideia atrasada de que o produto brasileiro pode custar mais do que o estrangeiro, mas que ainda assim pode ser escolhido nas compras governamentais. Você, leitor, acha que isso incentiva o quê? Melhora da competitividade do produto brasileiro? Pois é. Só voltei a tocar no assunto aqui porque essa mesma ideia foi confirmada até 2020 no último "pacote de bondades" anunciado pelo governo. Se alguém ainda tinha alguma esperança de que as reformas estruturais poderiam sair ainda nessa década, lá se foram... Ao menos, claro, com o atual governo.