Recebi com consternação a notícia da morte do candidato à presidência da República, Eduardo Campos. Acompanhei, de longe, mas com bastante curiosidade, o seu governo em Pernambuco. Como analista, estava bastante entusiasmado com sua coligação por entender que era não apenas uma forma de consolidar a "terceira via" na política brasileira, mas também porque era uma chance de entender melhor como a esquerda pode contribuir com o país. Eduardo foi um governador absolutamente pragmático, sem se ater aos dogmas tradicionais de sua posição partidária e isso era um frescor em meio ao domínio exercido pelo PT e pelo PSDB no quadro nacional, bem como as alianças necessárias para se governar o país. A lamentar esse evento trágico para a política brasileira, em um momento que a oposição e os economistas entendiam como crucial para reverter o caos macroeconômico em que nos encontramos.
Acho, desse modo, prematuro falar ou divagar sobre o que acontecerá daqui para frente. O momento é de chorar os mortos. O que acho que não podemos esquecer nesse dia triste é a mensagem que o próprio Eduardo Campos deixou: não vamos desistir do Brasil. No mais, nada a acrescentar nesse momento de extrema tristeza para o país.