(1)
onde é a taxa de juros de curto prazo,
é a expectativa de inflação em
para 12 meses à frente,
é a meta de inflação 12 meses à frente,
é o hiato do produto e
é um \emph{ruído branco}. Nesses termos, toda vez que as expectativas de inflação,
, se distanciam da meta, o Banco Central eleva a taxa de juros. Esse tipo de regra prática permite, como dito, que se observe o quanto o Banco Central reage a desvios entre as expectativas e a meta. Se o Banco Central reage mais do que proporcionamente, diz-se que o mesmo segue o Princípio de Taylor, condição necessária para que a inflação não persiga trajetórias caóticas. Nesse caso, as expectativas vão se manter ancoradas e a inflação efetiva passeará em torno da meta. De modo a obter insights sobre o comportamento recente do Banco Central brasileiro, procedemos a estimação da equação acima nessa seção do nosso Curso de Macroeconometria usando o R. O resultado da estimação, para o período de janeiro de 2002 a outubro de 2016 é posto abaixo.
Dependent variable: | |
SELIC | |
lag(SELIC, -1) | 1.637*** |
(0.055) | |
lag(SELIC, -2) | -0.655*** |
(0.054) | |
DESVIO | 0.064*** |
(0.019) | |
lag(HIATO, -1) | 0.043*** |
(0.011) | |
Constant | 0.176*** |
(0.065) | |
Observations | 178 |
R2 | 0.997 |
Adjusted R2 | 0.997 |
Residual Std. Error | 0.258 (df = 173) |
F Statistic | 12,955.200*** (df = 4; 173) |
Note: | *p<0.1; **p<0.05; ***p<0.01 |
Estimada a equação, verificamos se para todo o período, o Banco Central seguiu o Princípio de Taylor, isto é, se
(2)
foi maior do que 1. De fato, para toda a amostra, ele é igual a 3,45. Ademais, aplicando um teste de restrição, observamos que esse resultado é estatisticamente significativo.
Na lista de exercícios da seção, a propósito, pedi para os alunos brincarem um pouco com os dados. Isto é, para que eles estimassem a mesma equação, mas não para o período todo dos dados, mas para o período correspondente aos mandatos de Henrique Meirelles e Alexandre Tombini à frente do BCB...
Vamos ver quais resultados os alunos vão encontrar... 🙂
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Pastore, A. C. Inflação e Crises - o papel da moeda. Editora Campus, 2015.
Taylor, J. B. Discretion versus Policy Rules in Practice. Carnegie-Rochester Conference Series on
Public Policy, (39):195–214, 1993.