O crescimento de 0,9% do PIB de 2012 frente ao de 2011 suscitou inúmeras críticas por partes dos economistas. Com razão, digo logo. A ideia é que o modelo baseado em incentivos fiscais, monetários, creditícios e parafiscais parece não estar dando certo. Em dois anos o crescimento médio foi de 1,8%. Está cada vez mais claro para a maior parte dos analistas que não basta gerar demanda efetiva, é preciso que esse aumento de consumo gere investimentos, completando a cadeia de causalidade que une o curto prazo com o longo prazo. Afinal, mais consumo gera ocupação da capacidade ociosa, que gera investimento, somente se, há previsibilidade no cenário futuro. Em outros termos, se o empresário acredita que no futuro ele conseguirá ter retorno - em termos de receita - sobre o investimento feito em máquinas, equipamentos e construção civil, ele investe, ampliando a capacidade produtiva. Caso contrário, o aumento de consumo provocado por toda a sorte de incentivos gera apenas desequilíbrios no organismo econômico, quais sejam mais inflação e aumento de importações - que por sua vez gera aumento do déficit em conta corrente.
Nesse contexto, a pergunta do título desse post deve ser respondida com sim, é possível, desde que o governo passe a praticar uma política econômica crível [consistente] no tempo e que abra espaço para que a iniciativa privada invista em projetos de infraestrutura, melhorando assim a produtividade da economia brasileira. Além disso, é preciso voltar a discutir as reformas estruturais.
Esses e outros assuntos foram abordados em aula que proferi hoje. Os slides estão disponíveis aqui.