Os dados de nível de atividade divulgados até aqui dão conta de um 3º tri positivo na margem, o que nos leva a projetar uma redução do hiato do produto, a diferença entre o PIB efetivo e o potencial da economia. De fato, isso pode ser verificado empiricamente ao estimarmos uma Curva IS como
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onde o hiato do produto é função das suas próprias defasagens, do juro real ex-ante e da variação do resultado primário . As variáveis utilizadas para o exercício foram a série trimestral do hiato do produto divulgada pelo IPEA, o swap pré-DI 360 deflacionado pela expectativa de inflação 12 meses à frente o resultado primário estrutural da SPE. O gráfico abaixo ilustra as séries.
Ao estimarmos a Curva IS sugerida com os dados acima, vemos que a redução do juro real tem impacto positivo sobre o hiato. O impulso fiscal, por seu turno, medido como a diferença entre o resultado primário em contra o mesmo em , vai ter impacto negativo, considerando . Já a desaceleração mundial, na falta de uma proxy para o mesma, é considera na Curva IS sugerida como um choque negativo de demanda.
Dada a expectativa de queda na Selic, o juro ex-ante tem caído bastante nos últimos meses, sugerindo algum impacto expansionista sobre o hiato do produto nos próximos trimestres. Algum efeito, por suposto, deve ser sentido ainda nesse segundo semestre.
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