Chegamos a última semana do ano, antes das comemorações de Natal e Ano Novo. Momento propício para fazer um balanço do que foi 2019. Em termos de expectativas, o principal destaque foi a frustração em relação ao crescimento da economia. No início de janeiro, havia expectativa de crescimento em torno de 2,53%. Pelo último dado disponível no boletim Focus, a expectativa convergiu para crescimento de 1,12%, em linha com o crescimento obtido em 2017 e 2018.
Esse gigantesco erro de projeção pode ser explicado por alguma euforia do mercado após as eleições de 2018. Houve uma expectativa muito alta em relação à equipe econômica liderada por Paulo Guedes, bem como um mal entendimento sobre os vetores que podem gerar um novo ciclo de crescimento econômico no país. De fato, os dados mostram que estamos em um ponto do ciclo em que Consumo das Famílias e Investimento terão papel principal na retomada. O Consumo do Governo deve acompanhar a redução do papel do Estado na economia.
Isso não é propriamente algo novo para a economia brasileira, mas é sempre algo desafiador. Os drivers que conduzem uma recuperação do consumo e do investimento são bastante distintos do que os que envolvem uma recuperação liderada pelo gasto do governo. É preciso que haja um aumento da confiança do consumidor e do empresário. E isso passa por melhora no mercado de trabalho e por condições de recuperação da demanda por bens e serviços.
Tudo isso dito, espera-se que com a aprovação da reforma da previdência e demais reformas em curso no Congresso, haja, enfim, uma mudança de patamar em 2020. Com já foi possível observar pelos dados do terceiro trimestre, já há alguma aceleração no crescimento econômico, na margem. A expectativa é que o processo ganhe corpo nos próximos trimestres.
Como mostram os gráficos acima, já há uma correção na ponta para o crescimento do ano que vem. Ele saiu de 2% para 2,25% nas últimas semanas e deve continuar aumentando nas próximas. As condições, afinal, estão dadas para um crescimento próximo a 2,5%, ao menos.
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