No Relatório AM de hoje, vamos comentar a situação da política fiscal nos últimos meses. A análise é feita com os dados disponibilizados pelo STN, porém a última atualização ocorreu em maio desse ano, então há certa defasagem nos valores apresentados. Inicialmente, vamos apresentar os resultados acumulados em 12 meses para maio desse ano, e do ano passado:
Como podemos ver, as receitas do governo parecem ter um crescimento estável, porém as políticas necessárias para o combate da pandemia e manutenção do bem-estar da população aumentaram fortemente as despesas, abrindo o déficit nominal. É interessante notar que essa trajetória negativa vai na contramão da tendência pré-pandemia, que era de melhora do resultado nominal, em face da crise de 2016:
Ademais, podemos ver que a composição dos gastos foi diferente durante a pandemia, correspondendo ao caráter emergencial das medidas tomadas. Com isso, era esperado que o resultado fiscal fosse melhor após o aumento do estoque de pessoas vacinadas.
Há, porém, uma grande dúvida aberta em torno da agenda fiscal que tem sido tocada pelo Congresso. Em particular, temas antigos como o dos precatórios voltaram à pauta, bem como há diversos questionamentos em relação à reforma tributária.
Todos esses questionamentos se refletem no aumento do risco-país nas últimas semanas, como pode ser visto no gráfico abaixo.
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