Hackeando o R: analisando modelos com o tidymodels

No Hackeando o R de hoje, vamos continuar nossa exposição do pacote tidymodels, a partir daonde paramos no nosso post de semana passada. Para resumir, o método básico, chamado de workflow, depende apenas de uma receita, que descreve o processamento de dados, e um parsnip, que descreve o modelo que queremos utilizar e seus parâmetros.

Após realizarmos os passos acima, podemos tentar verificar a qualidade do nosso modelo através da reamostragem. Vamos começar com um exemplo da qualidade de imagens de células, do pacote modeldata. Os dados possuem uma classificação, que indica se a observação é boa ou ruim para o objetivo final do estudo. Como a amostra total é muito grande para ser classificada manualmente, nosso trabalho é montar um modelo que preveja corretamente a classificação a partir de variáveis mensuráveis, dada a amostra.

library(modeldata)
library(tidymodels)

data(cells)

Para iniciarmos, devemos separar nossa amostra em uma partição de treinamento e teste. Isso é feito facilmente pela função initial_split(). Note que removemos a coluna case, que não é interessante para nós, diretamente dentro da função, com linguagem do tidyverse. Ademais, o argumento strata é importante: como temos muito mais dados ruins do que bons, uma partição aleatória poderia conter dados ruins demais no treino ou no teste, dificultando a estimação. Ao utilizar o argumento, garantimos que ambas as partes possuam proporções 'razoáveis' de cada classe.

set.seed(123)

cell_split <- initial_split(cells %>% select(-case),
strata = class)

cell_train <- training(cell_split)
cell_test <- testing(cell_split)

Para a modelagem, faremos um modelo de random forest. Não entraremos nos detalhes de seu funcionamento, pois já falamos sobre esse modelo em um post mais antigo. Dentro do ambiente do tidymodels, podemos facilmente criar a random forest usando o pacote ranger:

rf_mod =
rand_forest(trees = 1000) %>%
set_engine("ranger") %>%
set_mode("classification")

rf_fit =
rf_mod %>%
fit(class ~ ., data = cell_train)

Após treinar o modelo, podemos testar ele com as funções do pacote yardstick. Abaixo, calculamos a acurácia das previsões:

rf_testing_pred =
predict(rf_fit, cell_test) %>%
bind_cols(predict(rf_fit, cell_test, type = "prob")) %>%
bind_cols(cell_test %>% select(class))

rf_testing_pred %>%
accuracy(truth = class, .pred_class)

Como podemos ver, o modelo é razoável, porém pode melhorar. Para isso, vamos utilizar a reamostragem, fazendo validação cruzada. O método é simples: criamos os folds, geramos um novo workflow, e o informamos que é para fazer o fit sobre cada um dos folds.

folds = vfold_cv(cell_train, v = 10)

rf_wf =
workflow() %>%
add_model(rf_mod) %>%
add_formula(class ~ .)

rf_fit_rs =
rf_wf %>%
fit_resamples(folds)

Após isso, podemos utilizar a função collect_metrics() para verificar o resultado dos modelos sobre cada fold. O resultado mostra que nosso teste inicial acaba sendo sim um bom previsor.


collect_metrics(rf_fit_rs)

 .metric .estimator mean n std_err .config 
<chr> <chr> <dbl> <int> <dbl> <chr> 
1 accuracy binary 0.833 10 0.00971 Preprocessor1_Model1
2 roc_auc binary 0.906 10 0.00901 Preprocessor1_Model1

________________________
(*) Para entender mais sobre a linguagem R e suas ferramentas, confira nosso Curso de Introdução ao R para análise de dados.

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Como analisar a relação de risco-retorno de ações?

O que é retorno? O que é o risco? Como exatamente os definimos e como podemos avaliar os ativos com base nessas medidas? Neste artigo, apresentamos uma introdução concisa à análise e gestão de ativos financeiros, destacando a eficácia do Python na coleta, tratamento e análise de dados financeiros. Exploraremos como utilizar a linguagem para avaliar o risco-retorno de ações.

Retropolando a série do desemprego no Brasil

Nosso objetivo neste exercício será estender a taxa de desemprego fornecida pela Pesquisa de Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) através daquela fornecida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Serão construídas duas séries: uma normal, outra dessazonalizada. Faremos todo o exercício utilizando o Python.

Variáveis Instrumentais no R: qual o impacto do gasto de segurança no crime?

Diversos métodos econométricos têm como principal finalidade melhorar o processo de investigar o efeito de uma variável sobre a outra, e um importante método encontra-se no uso de Variáveis Instrumentais na análise de regressão linear. Mas como podemos utilizar essa ferramenta para auxiliar no estudo da avaliação de impacto?

Neste post, oferecemos uma breve introdução a esse importante método da área de inferência causal, acompanhado de um estudo de caso para uma compreensão mais aprofundada de sua aplicação. Os resultados foram obtidos por meio da implementação em R, como parte integrante do nosso curso sobre Avaliação de Políticas Públicas utilizando esta linguagem de programação.

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.