Boas Novas para o 3º trimestre?

Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) referentes a julho animaram os analistas e economistas imbuídos de projetar o PIB do 3º tri. Por outro lado, a Indústria segue sentindo os efeitos da vizinha Argentina, o que acabou por contaminar os resultados tanto do IBC-Br quanto do Monitor do PIB da FGV também de julho.

Métricas da PMC-IBGE (%)
Mensal Trimestral Interanual 12 meses
Volume Restrito 1,0 0,5 4,4 1,6
Receita Restrito 1,0 0,6 6,7 5,4
Volume Ampliado 0,7 0,5 7,7 4,1
Receita Ampliado 0,3 0,6 9,5 7,2

Na margem, o volume ampliado do varejo cresceu 0,7%, enquanto na comparação com o mesmo mês de 2018, houve crescimento de 7,7%. No acumulado em 12 meses, o volume ampliado registra alta de 4,1%. A tabela abaixo traz os dados relacionados à Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).

Métricas da PMS-IBGE (%)
Mensal Trimestral Interanual 12 meses
Receita 1,6 0,6 4,8 4,2
Volume 0,8 0,1 1,8 0,9

Como é possível verificar, o volume de serviços cresceu 0,8% na margem e 1,8% na comparação com o mesmo mês de 2018. No acumulado em 12 meses, há crescimento de 0,9%. Por fim, a tabela a seguir traz os números da indústria geral.

Métricas da Indústria Geral (%)
Mensal Interanual Trimestral Anual
2019 May -0,1 7,6 -0,4 0,0
2019 Jun -0,7 -5,9 -0,2 -0,8
2019 Jul -0,3 -2,5 -0,4 -1,3

Como se vê, houve recuo na margem em julho, de 0,3% e de 2,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado em 12 meses, a indústria geral registra queda de 1,3%. Foram esses números que contribuíram para a queda do IBC-Br no mês de julho, tornando os sinais dúbios para a projeção do PIB no 3º trimestre. A tabela a seguir resume.

Variação do IBC-Br (%)
Mensal Trimestral Interanual Anual
2019 May 1,2 -0,9 5,0 1,4
2019 Jun 0,3 -0,1 -1,5 1,1
2019 Jul -0,2 0,9 1,3 1,1

Na margem, o IBC-Br mostrou queda de 0,2% em julho, mas ainda registra alta de 1,1% no acumulado em 12 meses.

Para o terceiro trimestre, por fim, espera-se um número positivo entre 0,2% e 0,4% na margem, o que contribui para  o crescimento do PIB acima de 1,1% em 2019. Isso é, diga-se, condizente com a queda da taxa básica de juros para além dos 5%, dada a condição ainda bastante deprimida da atividade, refletida na abertura do hiato do produto. As projeções condicionais do Banco Central são categóricas em situar a inflação abaixo da meta, tanto esse quanto no próximo ano, ao considerar taxa básica de juros em 5%, a taxa projetada pelo mercado para o fim de 2019.

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