O Banco Central divulgou ontem o resultado do seu Índice de Nível de Atividade, o IBC-Br, referente a julho último. Os dados divulgados acabaram surpreendente positivamente, dadas as divulgações prévias da produção industrial e da pesquisa mensal do comércio. Na margem, o IBC-Br avançou 0,57%, enquanto na comparação com o mesmo mês de 2017, o avanço foi de 1,46%. O comércio restrito, por exemplo, caiu 0,5% na margem em julho e 1% na comparação interanual. A produção industrial, por seu turno, caiu 0,2% na margem. O número do IBC-Br, por suposto, veio bem acima do consenso de mercado, que previa certa estabilidade no índice, em julho.
Mensal | Trimestral | Interanual | Anual | |
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2018 May | -3,35 | -1,33 | -2,82 | 1,14 |
2018 Jun | 3,42 | -0,84 | 1,93 | 1,34 |
2018 Jul | 0,57 | -0,76 | 2,56 | 1,46 |
De modo a ilustrar alguma tendência, podemos tomar os últimos três meses contra os três meses imediatamente anteriores (algo que nossos alunos aprendem no nosso Curso de Análise de Conjuntura usando o R). Nessa métrica, a variação permaneceu negativa nos últimos três resultados, como ilustra a tabela ao lado (produzida com o uso do R). O gráfico a seguir ilustra a evolução dessa variação trimestral, mostrando que o índice ainda engatinha uma recuperação do último tombo sofrido na greve dos caminhoneiros. Em termos mais suavizados, o IBC-Br encerrou julho com uma variação acumulada em 12 meses de 1,46%, mostrando que o índice continua sua recuperação iniciada em meados de 2016. Esse número, contudo, tem que ser visto com cautela, dado que como já fizemos exercício nesse espaço, o IBC-Br tende a superestimar a variação do PIB.