Evolução dos preços de combustíveis no Brasil

No Comentário de Conjuntura da semana passada, chamei atenção para a relação entre o preço do petróleo no mercado internacional e o preço da gasolina aqui no Brasil. Em particular, mostrei que as séries de petróleo, seja o tipo Brent, seja o WTI, são séries bastante voláteis ao longo do tempo. Dada a paridade adotada pela Petrobras desde 2016, ocorre uma correlação que implica em causalidade na relação entre esses preços.

Nesse Comentário, contudo, gostaria de mostrar a evolução dos preços de combustíveis como um todo, já que não nos parece que exista um aumento particular apenas para a gasolina.

Os dados de combustíveis são agregados e disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Existe uma divulgação semanal e outra mensal sobre o preço da gasolina, diesel, GNV, GLP, etanol e suas variações.

O código que coleta e trata esses dados diretamente da ANP está disponível para os Membros do Clube AM. O tratamento envolve, basicamente, deflacionar esses preços, dado que os mesmos estão disponíveis nominalmente. Para esse exercício, utilizamos o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), coletado no SIDRA/IBGE.

Uma vez cumprida essas etapas, podemos construir um gráfico como abaixo.

A análise dessa base de dados tratada nos permite dizer que houve um choque pós-pandemia bastante forte nos preços de todos os combustíveis. Em particular, salta aos olhos a evolução do GLP, cujo efeito é direto sobre as famílias mais pobres.

Por óbvio, essa é uma base de dados que exibe uma correlação bastante alta e positiva entre os seus elementos, como mostra o gráfico acima. É surpreendente, porém, que os combustíveis que mais afetam os mais pobres, como o GNV e o óleo diesel, sejam relegados a segundo plano, seja por analistas, seja pela imprensa.

_______________________

(*) Conheça nosso Curso de Análise de Conjuntura e aprenda a coletar, tratar e visualizar dados macroeonômicos.

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Como se comportou a Taxa de Participação no Brasil nos últimos anos? Uma Análise com a Linguagem R

O objetivo deste estudo é analisar a evolução da Taxa de Participação no Brasil, contrastando-a com a Taxa de Desocupação e decompondo suas variações para entender os vetores (populacionais e de força de trabalho) que influenciam o comportamento atual do mercado de trabalho. Para isso, utilizamos a linguagem R em todo o processo, desde a coleta e o tratamento das informações até a visualização dos resultados, empregando os principais pacotes disponíveis no ecossistema da linguagem.

Como se comportou a inflação de serviços no Brasil nos últimos anos?

Uma análise econométrica da inflação de serviços no Brasil comparando os cenários de 2014 e 2025. Utilizando uma Curva de Phillips própria e estimativas da NAIRU via filtro HP, investigamos se o atual desemprego nas mínimas históricas repete os riscos do passado. Entenda como as expectativas de inflação e o hiato do desemprego explicam o comportamento mais benigno dos preços atuais em relação à década anterior.

Como se comportou o endividamento e a inadimplência nos últimos anos? Uma análise utilizando a linguagem R

Neste exercício realizamos uma análise sobre a inadimplência dos brasileiros no período recente, utilizando a linguagem R para examinar dados públicos do Banco Central e do IBGE. Investigamos a evolução do endividamento, da inadimplência e das concessões de crédito, contextualizando-os com as dinâmicas da política monetária (Taxa Selic) e do mercado de trabalho (renda e desemprego).

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.