
O argumento, à primeira vista, parece realmente "fazer sentido" e seduz muita gente boa por ai. Mas o que os dados tem a dizer sobre isso? Infelizmente, leitor, os dados não confirmam a tese. Tomando duas séries, uma da expectativa do IPCA no mês j para ano t e a inflação que efetivamente ocorreu no ano t (para 2013, utilizou-se a inflação efetiva acumulada em 12 meses no mês j) e fazendo a diferença da primeira em relação a segunda, o que se percebe é que de jan/2000 a maio/2013, ou seja, nos 161 meses, em 67,7% dos casos o que se viu é que o mercado subestimou a inflação do período. Em outros termos, o que se vê é que o mercado projeta na maior parte dos casos uma inflação menor do que ela realmente é no final do ano.
Isso, a meu ver, acaba com a "teoria da conspiração" de alguns críticos. Às vezes, leitor, os dados confessam...