Regra vs. Discrição [na condução da política econômica]: o que é melhor?

Um dos debates mais instigantes na ciência econômica [ao menos para mim] foi o sobre qual a melhor forma de guiar a política econômica: sob uma determinada regra ou de forma discricionária? Nas palavras de McCallumsob discrição o instrumento de política é definido ex-post a partir do estado corrente da economia, enquanto sob regra o instrumento de política é definido ex-ante a partir de uma norma anunciada publicamente. A despeito da farta literatura existente a respeito, com amplas evidências em favor da condução via regras para o aumento de bem estar de uma economia, bem como os conselhos advindos de Milton Friedman em artigo seminal de 1953, há ainda aqueles que criticam as premissas utilizadas nos modelos neoclássicos que investigam temas como viés inflacionário e inconsistência temporal, invalidando assim suas conclusões. Como ciência feita a partir de premissas neoclássicas para esses economistas não é muito bem vista, eis um exemplo brasileiro sobre o estrago que a condução discricionária causa:

"A gente não quer subsídio. O que a gente deseja é que o governo determine que políticas vai adotar para a matriz energética brasileira", diz [o usineiro de cana de açúcar, Jairo Menesis Balbo]. "Se a intenção do governo for manter tudo como está [a defasagem do preço da gasolina em relação ao exterior, para não gerar impacto sobre a inflação] não tem problema, vamos plantar abobrinha" (Valor, 11/08/2014, pg. A14). 

Eu fico me perguntando: quem em sã consciência prefere um estado mexendo o tempo todo nos instrumentos de política econômica ao invés de um que gera previsibilidade? Talvez aqueles que não entendem como funciona uma economia de mercado ou que nunca estiveram a frente de um negócio. Mesmo que seja vender limonada na esquina de casa... Você pode ler a matéria completa do Valor sobre a crise no setor sucroalcooleiro aqui.

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Automatizando a Construção de Códigos em Python com LangGraph

Neste post, mostramos como construir um agente de código em Python utilizando LangGraph, LangChain e Gemini. A proposta é construir um protótipo para automatizar o ciclo completo de geração, execução e correção de código com o uso de LLMs, organizando o processo em um grafo de estados.

Análise de Dados com REPL Tool e LLM usando LangGraph

Neste post, vamos mostrar como você pode criar um agente que interpreta e executa código Python em tempo real, utilizando o REPL-Tool e um LLM da família Gemini. Começamos com um exemplo genérico e, em seguida, aplicamos a mesma estrutura à análise econômica de uma série histórica do IPCA.

Frameworks para criar AI Agents

Neste post, vamos dar o primeiro passo rumo à construção de Agentes de IA mais sofisticados, capazes de tomar decisões, interagir com ferramentas externas e lidar com tarefas complexas. Para isso, precisamos entender o papel dos frameworks agenticos (ou agentic frameworks) e como eles podem facilitar esse processo. Aqui introduzimos dois frameworks populares de desenvolvimento de Agentes de IA.

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.