Em uma economia de mercado as coisas são mais simples do que o falatório oficial. O ministro da Fazenda pode gritar, o secretário do Tesouro pode iludir e o presidente do Banco Central pode se omitir. A falta de uma política econômica transparente, guiada por regras, que faça a coisa certa a cada período do tempo, atingindo os objetivos previamente estabelecidos, gera desconfiança e apreensão. E isso, leitor, tem um preço. A discussão sobre se o Brasil será ou não rebaixado pelas agências de classificação de risco, hoje, é questão passada. De fato, o Brasil já foi rebaixado pelo mercado. Basta olhar o leilão feito hoje pelo Tesouro Nacional de NTN-F, com vencimento em 01/01/2025 e oferta de 2 milhões de títulos - a tentativa do país de alongar a dívida. Os juros ficaram em 13,39%, como pode ser visto aqui, a maior taxa em estreia de papéis desse tipo, ofertados pelo Tesouro. E isso, Mantega, não se resolve com retóricas furadas, mas sim com ações concretas: como anunciar um superávit primário condizente com a queda da Dívida Bruta já nesse ano.