Retórica e verdades: o caso Delfim Neto.

O Cristiano M. Costa criou em seu blog a categoria "Mantegadas Semanais" para ilustrar os erros de interpretação do nosso atual ministro da fazenda sobre conceitos econômicos. Eu não vou copiar o Cristiano, mas não posso deixar passar em branco a última coluna do Delfim. Eu sei, você pode se perguntar, quem sou eu para mexer com o Delfim, o ex-czar da economia brasileira nos tempos da ditadura, com provavelmente uma legião de fãs espalhada por ai. O problema, leitor, é que o Delfim é um economista do tipo "morde e assopra", sempre foi. E por isso ele permaneceu tanto tempo na ditadura e continua servindo de "consultor" do atual governo. Quer um exemplo?

Em sua última coluna, ele faz um "elogio" ao trabalho dos economistas Mario Mendonça, Adolfo Sachsida e Luis Medrano, para logo em seguida concluir que "É por isso e muito mais que, quando sugere cautela antes de apressar-se a aumentar a taxa de juro real, mas demonstra disposição de fazê-lo se necessário, a autoridade monetária brasileira está mais afinada com o mundo real do que os seus críticos". O problema?

Bom, eu deixo o Adolfo Sachsida responder: "Nosso trabalho sugere que são as expectativas que comandam o processo inflacionário. Logo é importante AUMENTAR a taxa de juros, e reduzir o credito, para combater a inflaçao".

O Delfim, leitor, não deveria ter nenhum respaldo para falar em inflação. Qualquer um que já estudou a História Econômica desse país sabe. Inflação não se controla: se combate. Economistas sérios sabem como fazer isso...

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