Pois é, terminaram as eleições presidenciais mais disputadas do passado recente. Dos 142,8 milhões de eleitores, 54,5 milhões decidiram pela continuidade e 51,04 pela mudança. 37,2 milhões se abstiveram do processo de escolha. A vitória apertada, com 3,28 pontos percentuais apenas de diferença ou 3,46 milhões de votos, indica que a sociedade brasileira tem preferências mais heterogêneas do que a dos seus vizinhos da América do Sul. Ignorar isso seria o grande equívoco da presidente e de sua equipe. Não acho que irá fazê-lo, dado que isso implicaria em retumbante derrota nas eleições de 2018. As preferências sociais reveladas pela urna, portanto, parecem ser um instrumento atenuante para uma guinada à esquerda mais profunda. Momento é de reflexão, seja do governo, seja da própria oposição. Aos economistas, em particular, cabe a reflexão crítica sobre como o governo irá lidar com os desafios dos próximos anos, diante dos desequilíbrios acumulados até aqui. E isso exigirá muito trabalho. O leitor ficará sabendo por este e outros escribas.