O título do post é um homônimo do filme brasileiro lançado no ano passado e estrelado por dois atores globais. A minha resposta? Sim, histórias de amor só acontecem daquele jeito, com início, meio e fim, no cinema. Na vida real a coisa é bem diferente.
Na telona, a menina conhece o menino, se apaixonam, como em um golpe do destino. Beijam-se, vivem uma incrível noite de amor, regada a taças de vinho ou champanhe, dependendo da abordagem do diretor. Daí, para alongar um pouco o longa-metragem, é preciso ter uma briga, causada geralmente por um vilão ou vilã. Enfim, o desencontro se revela e pronto: a mocinha se reconcilia com o mocinho. Bonito, não?
Esse roteiro, é claro, acontece na vida real. Quem nunca conheceu uma menina em uma livraria e rolou aquela química? Ou no metrô, no ônibus, em um barzinho, no Pão de Açúcar, chovendo? Os olhos se entreolharam, o coração disparou, as pupilas se dilataram e você ficou ali, meio sem ter o que dizer; com uma gagueira congênita. Mas vai, as brigas sempre se repetem, pelos motivos mais fúteis possíveis.
E o amor, bem, esse sai pela janela, ao primeiro disabor que entra pela porta. Talvez não tão rápido, talvez demorem 10 ou 20 anos. Tudo depende do quão forte são os sentimentos negativos. Os amores românticos quase nunca acontecem do jeito que se passam na telona. Na vida real, relacionamentos são uma puta batalha diária. É preciso aprender a conviver com uma pessoa às vezes completamente diferente de você. É preciso entender razões e motivos que para você são uma puta criancice ou mal-criação. No dia-a-dia, há contas, filhos, emprego, família... Uma série de variáveis que ficam escondidas no modelo que roda no cinema.
Mas não sou assim tão pragmático, realista, mal-amado ou coisa que possam dizer sobre mim. Eu mesmo já vivi minhas estórias de amor. Algumas. Muitas, as mais belas, duraram poucas horas, já outras, mais intensas, duraram alguns dias; poucas alguns meses e, enfim, uma durou anos. Essa, minha maior história de amor, terminou para valer só no mês passado, após ter vivido indas e vindas, como em um longa-metragem meio sem pé nem cabeça.
Mas essa estória fica para outro lugar, não cabe em apenas uma crônica. O fato concreto é que um relacionamento se constrói com muito trabalho duro, muitas discussões, brigas e, sim, de romance. Há problemas, dúzia deles, para serem resolvidos todos os dias. Histórias de amor são estórias de superação, não exatamente do tipo de coisa que se vê em aproximadamente 90 minutos.
Mas, se falarem de paixões, eu acredito que sim: é daquele jeito mesmo.... 🙂