Após uma semana tranquila, temos um grande choque nas expectativas já na segunda-feira da semana passada. A decisão de Fachin de anular as condenações do ex-presidente Lula gerou grandes incertezas sobre o rumo da política econômica do governo, que já estava cambaleando. A expectativa é de que, com a restituição dos direitos políticos de Lula, Bolsonaro passa a ter forte concorrência para as eleições de 2022 e com isso pode passar a estimular políticas populistas, dificultando ainda mais a estabilização das contas públicas. O resultado da incerteza é direto sobre as expectativas: as expectativas do IPCA subiram de 3.98% para 4.60%, enquanto que as do IGP foram de 8.98% para 11.02%.
Por outro lado, também há grandes expectativas sobre a reunião do COPOM, que ocorrerá amanhã. Com a escalada da inflação observada nas últimas semanas, espera-se que a SELIC seja elevada de modo a combater o aumento, dado que o contrário poderia levar a um descolamento das expectativas, implicando em dura correção das taxas de juros mais frente. Em suma, o COPOM deve decidir entre manter os estímulos à economia e causar um choque nos juros mais pesado daqui alguns meses, ou iniciar medidas de contenção da inflação aos poucos. O resultado esperado para o ano é de uma SELIC de 4.5%, contra 4% da semana passada.
Dentre as outras variáveis reportadas, vemos relativa estabilidade para a semana. As principais variações são do aumento dos preços administrados, que subiram de 5.17% para 6.15%, e do crescimento da produção, de 4.37% para 4.69%.
O código de R desse artigo está disponível para os membros do novo Clube AM. Para saber mais, clique aqui.
____________________