A utopia do emprego com carteira assinada

O emprego com carteira assinada nunca foi algo universal no Brasil. Mesmo no melhor momento do mercado de trabalho, quando a taxa de desemprego chegou à sua mínima histórica, a formalização flertou próxima a 40% da população ocupada. O gráfico abaixo ilustra a distribuição das diferentes categorias de emprego na população ocupada.

O emprego com e sem carteira no gráfico refere-se ao emprego privado. O emprego com carteira representa algo como 35% da população ocupada, enquanto a categoria conta própria chega a 26% e os sem carteira com 12%,5%, para o último dado disponível.

De modo a ilustrar o comportamento da formalização dentro da população ocupada, eu fiz um exercício simples de ampliar a PNAD a partir dos dados da PME. Isso é necessário porque os dados da PNAD estão disponíveis a partir de março de 2012 apenas. Com efeito, ampliei a razão entre emprego privado com carteira assinada e população ocupada total da PNAD com base na mesma razão contida na PME, gerando uma série com dados desde 2002. O gráfico a seguir ilustra.

Como é possível observar, o pico da série ocorre no auge do mercado de trabalho, quando o desemprego está na mínima histórica. Mesmo nesse momento, o emprego privado com carteira assinada representava apenas 40% da população ocupada.

_______________

(*) Os códigos do exercício estarão disponíveis amanhã na Edição 72 do Clube do Código.

(**) Aprenda a fazer análises como essa com nossos Cursos Aplicados de R.

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Tratamento e transformação de séries temporais macroeconômicas para modelagem

"Garbage in, garbage out" é a regra de ouro na previsão macroeconômica. Antes de aplicar qualquer modelo de IA ou econometria para prever indicadores como o IPCA ou o PIB, existe um trabalho crucial de tratamento de dados. Neste post, abrimos os bastidores do nosso dashboard de previsões e mostramos o passo a passo para transformar dados brutos de múltiplas fontes (como BCB, IBGE e FRED) em séries prontas para modelagem. Veja como lidamos com diferentes frequências, aplicamos transformações e usamos metadados para criar um pipeline de dados robusto e automatizado.

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.