Difusão da inflação e a fala do ministro Guido Mantega

difusãoO ministro da fazenda, Guido Mantega, deu a seguinte declaração, em resposta às indagações de jornalistas sobre o aumento da taxa básica de juros feito pelo Copom: “É preciso evitar que essa inflação contamine outros produtos que não mostram pressões inflacionárias" (grifo nosso). Eu gostaria de sentar com o ministro em um entardecer desses no Lago Sul, em Brasília, e perguntar algo do tipo "mas então, Guidão, o que você quis dizer com esse negócio essa inflação contamine outros produtos?". Como, infelizmente, eu provavelmente não terei essa oportunidade, só me resta cumprir minha missão aqui na Terra e mostrar ao nobre leitor o gráfico ao lado de difusão da inflação. É uma métrica simples: ela mede a razão entre quantos bens ou serviços sofreram aumento na passagem de um mês para outro em relação ao total de bens e serviços que integram o IPCA, expresso em percentagem. Como é perceptível, não se trata de alguns poucos produtos - como o "essa inflação" dá a entender - pressionando o índice, mas de alastramento do processo inflacionário. Nessa mesma tarde, diante dos dados, eu gostaria de ver a face do ministro: será que ele ruborizaria, leitor? Eu honestamente acho que não... 🙁

 

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Ancoragem de Expectativas da Inflação no Brasil: uma avaliação utilizando a linguagem de programação R

Expectativas ancoradas significam que a inflação permanece próxima da meta mesmo após choques relevantes, tornando menos custosa a atuação do Banco Central no combate a pressões inflacionárias. Neste exercício, analisamos diferentes medidas para avaliar a ancoragem das expectativas no Brasil, utilizando a linguagem de programação R como ferramenta para a construção desse exercício, realizando a coleta, tratamento, cálculos e visualização dos resultados.

Como fazer previsões para a inflação desagregada medida pelo IPCA?

Neste artigo investigamos se a previsão desagregada da inflação é capaz de gerar previsões mais acuradas do que a previsão agregada. Utilizamos o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como medida de interesse, aplicando um modelo simples e um modelo de passeio aleatório para comparação. Todo o processo pode ser feito de maneira automatizada utilizando a linguagem de programação R.

Qual o melhor modelo para prever a inflação medida pelo IPCA?

Neste exercício, testamos 18 modelos diferentes com um conjunto fixo de regressores para previsão da taxa de inflação, medida pelo IPCA. Implementamos o método da validação cruzada, visando obter resultados robustos para comparação de métricas de performance. Apresentamos os resultados gerais e desagregados por horizontes de previsão, além de automatizar todo o processo utilizando a linguagem Python.

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.