
81 mil pessoas saíram da PEA entre fevereiro e março, enquanto 52 mil pessoas deixaram a PO (foram demitidas), logo a variação da PEA foi maior do que a variação da PO. Por isso a taxa de desemprego caiu para 5%, ante 5,1% em fevereiro. A saída da PEA foi combinada com redução da ocupação, sinal de que a economia brasileira combina baixo nível de atividade com inflação elevada. Na variação interanual - contra o mesmo mês do ano anterior - a PEA acumula seis meses de variação negativa, isto é, encolhimento. A População Não Economicamente Ativa (PNEA), por sua vez, acumula 8 meses de variação positiva, tendo se reduzido em 4,2%, na comparação com março de 2013.
A População Ocupada (PO) tem registrado variação média, na comparação interanual, de modestos 0,2%, nos últimos 12 meses. Os salários reais também crescem menos: 2,2%, na mesma comparação. Era de 3,5% nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados de outra pesquisa, o CAGED, do Ministério do Trabalho, que mede o fluxo de admitidos e demitidos com carteira assinada, também ilustram a deterioração. A média móvel anual do saldo entre demissões e contratações foi de pouco menos de 71 mil nos últimos 24 meses, enquanto no período imediatamente anterior havia sido de 160 mil. Ademais, como pode ser visto no gráfico abaixo, a taxa de participação, relação entre PEA e População em Idade Ativa (PIA), mostra tendência de queda no período recente.
A deterioração no mercado de trabalho deve continuar ao longo do ano, com o aumento da incerteza advinda do pleito eleitoral, bem como pela reação defasada ao ciclo de contração monetária do Banco Central. Em particular, a análise passa bem distante da taxa de desemprego, que a despeito de estar baixa, revela muito pouco da situação atual. Desse modo, é preciso acompanhar o fluxo de contratações nos próximos meses. Acaso o mesmo não reaja, o desemprego irá aumentar assim que a procura por emprego voltar a subir. A acompanhar o ponto exato quando isso começará a ocorrer.
