Uma discussão interessante tem perseguido os macroeconomistas nos últimos anos: o PIB brasileiro estaria subestimado? Isto é, o crescimento real seria maior do que o crescimento divulgado pelas Contas Nacionais do IBGE? É um tema interessante e ao mesmo tempo desafiador. Para quem acompanha de longe discussões econômicas ou mesmo para economistas que trabalham apenas com dados prontos, pode ser deveras abstrato pensar em como se chega a um determinado número de uma variável macroeconômica. Ainda mais o PIB, com suas complexidades e, portanto, dificuldades técnicas de medição.
Nos últimos anos macroeconomistas têm argumentado que o PIB brasileiro não refletiria de forma completa o crescimento de uma parte do setor de serviços e da indústria de transformação, ligadas, por exemplo, à tecnologia da informação e intermediação financeira. A falta desses setores estaria gerando um valor de PIB subestimado.
Uma parte do problema foi resolvida com a incorporação da nova pesquisa de produção industrial, que, de fato, aumentou o número do PIB do ano passado em 0,2 pontos percentuais. Mais ainda assim haveria espaço para novas revisões?
O tema voltou à pauta esses dias, quando o pessoal da LCA apontou uma possível "subestimação" do PIB frente às pesquisas anuais de produção industrial divulgadas em julho pelo IBGE. Fato refutado hoje pelo professor Cláudio Considera. Você pode lê-las aqui e aqui.
O tema pode ser técnico, mas não deixa de ser interessante, não? Estaria o PIB brasileiro subestimado?