O tombo vai ser grande e as consequências da pandemia ainda são difíceis de serem totalmente projetadas. Mas é provável que tudo seja menor do que o pico do pessimismo dos últimos meses. A expectativa de queda do PIB, por exemplo, tem recuado nas últimas semanas, quando a referência é o boletim Focus do Banco Central. Atualmente, a mediana do mercado espera queda de 5,77% em 2020.
As pesquisas de alta frequência de nível de atividade parecem dar suporte a essa tese, ainda que, ressalto, seja cedo para qualquer diagnóstico preciso. O Brasil é um país continental, de modo que os diferentes estados e municípios estão em estágios completamente distintos da contaminação pelo Covid19. As capitais do Rio e de SP, por exemplo, deixaram para trás o pior da doença há muitas semanas - provavelmente o pico ocorreu em maio nesses lugares. E agora, a doença ganha o interior do país. O impacto desse quadro sobre o nível de atividade é bastante delicado de se modelar.
Feita a ressalva, é possível verificar que as cadeias de produção se adaptaram ao "novo normal", que irá vigorar até a existência de imunidade completa. Deve-se agora "lamber as feridas", contabilizar o número de falências e verificar o impacto na capacidade produtiva do país - como sinalizei aqui.
Por fim, a semana é marcada pela divulgação da taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua e pelo Novo CAGED.
Os dados aqui referidos são coletados de forma automática com o R.
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