Se vale de alguma coisa, o Fundo Monetário Internacional manteve a projeção de crescimento brasileiro para este e o próximo ano em, respectivamente, 4,5% e 4,1% no último relatório Panorama Econômico Mundial - disponível na página da instituição. O crescimento mundial foi projetado em 4,4% para 2011 e 4,5% em 2012. O crescimento do Brasil está, portanto, em linha com o internacional.
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Na análise de "Indicadores de Superaquecimento", o Fundo coloca o Brasil entre as quatro economias mais superaquecidas, em termos de hiato do produto, inflação, taxa de desemprego etc. Mas mesmo assim é dissonante em relação à opinião majoritária do mercado doméstico quanto ao cumprimento da meta de inflação para 2012. Enquanto este é pessimista em relação à atuação do Banco Central, o FMI acredita que os preços convergirão para o centro da meta no próximo ano.
Já as expectativas do mercado doméstico continuam em linha com a eclosão de um processo inflacionário além dos "choques primários de oferta". Desagregando o IPCA, por exemplo, é possível verificar pressões tanto em alimentos e bebidas (impactados pelo aumento dos preços das commodities), quanto nos serviços, que são diretamente impactados pelo aumento do crédito e da massa salarial. É esperar para ver se as medidas prudenciais serão suficientes para conter o ímpeto do crescimento do crédito.
Mais sobre o que disse o FMI aqui e mais sobre o que pensa o mercado doméstico aqui.