O IBGE divulgou hoje pela manhã o resultado das Contas Nacionais no 4º trimestre. Com efeito, sabemos que o PIB cresceu 1,1% no ano passado, como era amplamente esperado pelo mercado. Na margem, contra o 3º trimestre, o PIB cresceu 0,5% e na comparação interanual, contra o mesmo trimestre do ano anterior, houve crescimento de 1,7%. A tabela a seguir resume os dados de crescimento dos componentes do PIB tanto pelo lado da oferta quanto pela demanda.
Margem | Trimestral | Anual | 2 anos | |
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Agro | -0,4 | 0,4 | 1,2 | 2,6 |
Ind | 0,2 | 1,5 | 0,5 | 1,0 |
Serv | 0,6 | 1,6 | 1,2 | 2,8 |
PIB | 0,5 | 1,7 | 1,1 | 2,5 |
Consumo | 0,5 | 2,1 | 1,8 | 3,9 |
Governo | 0,4 | 0,3 | -0,4 | -0,1 |
FBCF | -3,3 | -0,4 | 2,2 | 6,2 |
Exportação | 2,6 | -5,1 | -2,5 | 1,4 |
Importação | -3,2 | -0,2 | 1,1 | 9,5 |
Como é possível verificar, o destaque negativo pelo lado da demanda foi a queda de 3,3% na margem na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Isso, de fato, é uma péssima notícia em um momento em que esperava-se uma recuperação mais consistente dos investimentos. Pelo lado da oferta, o destaque foi o crescimento de 0,6% na margem dos serviços, que tem peso relevante no PIB.
A recuperação cíclica da economia brasileira ainda está longe de ganhar tração, como mostra o gráfico acima. Após a saída da Grande Recessão de 2014-2016, a economia tem tido dificuldades de deslanchar. Ao longo do período reformista, que começa em 2016, houve diversos choques sobre a economia, como o Joesley Day, a greve de caminhoneiros e a crise na Argentina. Esses choques se somam a mudança de liderança no crescimento, agora mais dependente da iniciativa privada do que do setor público.
Um zoom sobre o período recente mostra a dificuldade que a economia está tendo de experimentar taxas de crescimento mais fortes. Ao que parece, a economia se acomodou em um crescimento próximo a 1% ao ano, número bastante aquém das necessidades do país. Para um crescimento populacional de 0,8% a.a., significa dizer que o pib per capita está praticamente estagnado nesse período.
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