525 pontos-base depois...

Pois é, leitor. Foi essa a redução total da taxa básica de juros, de agosto do ano passado até outubro último. A pergunta que fica: quanto a economia vai reagir?

Por enquanto, não muito. A reação tem sido dificultada pelo endividamento das famílias e pelas expectativas contaminadas pela crise externa. O ambiente não é benéfico para se projetar crescimento de 4% para 2012, por exemplo. A mediana das projeções deve começar a cair a partir de agora, estacionando em no máximo 3%. Mas isso, entretanto, não garante convergência da inflação, dado que estamos em uma situação de baixa taxa de desemprego. Ou seja, o mais provável é que tenhamos dificuldades de cumprir a meta de inflação e conviver com um crescimento nada estimulante em 2013. Um cenário nada animador para quem acabou de fazer uma senhora redução na taxa básica de juros e possui eventos importantes já a partir do ano que vem.

Já estamos roucos de dizer, mas como é preciso incutir por repetição: é preciso destravar a Oferta Agregada. Fazer as reformas estruturais, melhorar o ambiente de negócios, voltar a tornar a política econômica previsível etc, etc. A demanda está mostrando os limites. É possível que ainda haja algum espaço para que os incentivos monetários e fiscais gerem algum crescimento, dados os eventos que estão por vir. Mas, novamente, em um ambiente de pleno emprego, isso vai gerar algum ajuste no organismo econômico. Para que isso não nos faça voltar ao ritmo de stop and go do passado é preciso destravar a agenda, construindo sustentabilidade para o atual ciclo. Sem isso, voos de galinha estão no horizonte de crescimento dessa década.

 

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Comente o que achou desse artigo

Outros artigos relacionados

Como choques inflacionários afetam a previsão da Selic?

Como mensurar a importância de choques na inflação sobre o erro de previsão da taxa de juros? Neste exercício quantificamos esta pergunta sob a ótica de um modelo VAR, usando dados recentes da macroeconomia brasileira. Especificamente, estimamos a decomposição da variância dos erros de previsão do modelo, analisando choques na inflação da gasolina e sua importância sobre a variância dos erros de previsão da taxa Selic.

Modelo de previsão para o preço da gasolina

Neste exercício exploramos os dados públicos sobre o preço da gasolina no Brasil, sua composição, evolução temporal, políticas associadas e, por fim, construímos um modelo simples de previsão. Com um modelo em mãos, o analista pode cenarizar o comportamento futuro da série da forma como preferir. Todos os procedimentos foram feitos usando a linguagem de programação Python.

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

Boletim AM

Receba diretamente em seu e-mail gratuitamente nossas promoções especiais e conteúdos exclusivos sobre Análise de Dados!

como podemos ajudar?

Preencha os seus dados abaixo e fale conosco no WhatsApp

Boletim AM

Preencha o formulário abaixo para receber nossos boletins semanais diretamente em seu e-mail.